E você, sabe guiar um cego?
Parece fácil, mas ás vezes complicamos o que na realidade é simples.
A dica principal é que deve sempre falar com a pessoa cega e perguntar se precisa de ajuda. Sim, porque por vezes só estamos á espera de alguém e não queremos sair daquele lugar. Também acontece precisarmos de ajuda, mas por vezes quando alguém se propõe ajudar-nos, fá-lo seguindo o seu próprio percurso, que a maioria das vezes nem é o nosso.
Se vamos deslocar-nos, basta que a pessoa cega se agarre ao seu cotovelo e desta forma compreende e segue o seu movimento corporal, quando subir e descer escadas, usar rampas, entre outras situações. Não precisa de nos levar quase ao colo, nem de empurrar; por muito que nos queira facilitar a vida, só vai complicar.
É absolutamente desaconselhado desviar ou segurar na bengala da pessoa cega, sem falar primeiro. Lembre-se que nós não estamos a ver, mas ouvimos e sentimos. Se nos tocam sem falar, podemos assustar-nos.
Outra dica bem simples é, para entrar no autocarro: basta encaminhar-nos e colocar a a mão na porta.
Para subir uma escada coloque a nossa mão no corrimão e para nos indicar onde sentar coloque a nossa mão nas costas da cadeira ou no assento do banco.
Podemos dizer que temos tido muita sorte, e sempre recebemos ajuda nas situações mais difíceis de ultrapassar, quer na rua ou nos transportes públicos. É engraçado pensar que numa cidade como o Porto, começamos a criar uma ligação de proximidade com pessoas que nos ajudam.
Estar numa manhã complicada, numa estação de metro completamente cheia de pessoas onde nos tentamos mover no meio da confusão e ouvirmos uma voz familiar “menina B. eu vou para cima, vamos! Venha comigo!”. Era o Sr. Luís, que já me costuma “emprestar os seus olhos”, como eu, em tom de brincadeira, gosto de dizer.
Somos gratas a todos que nos facilitam a vida!
Obrigada a todos: senhor Luís, dona Ana, dona Zulmira e tantos outros, cujo nome não sabemos.
Bons horizontes!